2020 e a herança actual do Coronavirus estão a aflorar o melhor e pior que existo no ser humano.

Se por um lado parece que a ciência desafia o dogma e os factos destronam o obscurantismo da mentira ilusória que muitos perseguem em busca de um Messias-salvador-de-efeito-imediato, por outro tem mostrado como a política entregue na mão de ineptos se faz rasa para servir os interesses pessoais por encima da crise Humanitária que atravessamos. Pior, num raro momento apartidário faz-se velhos binómios bafientos facho-comunistas regra de oponente-oportunismo eleitoral como se em campanha andássemos. O unanimismo existe e em Estado de Emergência o Grande Líder impõe-se.
Havendo o coronavírus, há o vírus da servidão voluntária que assusta muito mais.

Publicado postumamente em 1563, Le Discours de la servitude volontaire ou le Contr’un de Étienne de La Boétie, aborda a relação de subordinação existente entre um soberano e os seus súbditos num governo tirânico, e como este anacrónico princípio de servidão voluntária se implementa contra a natural vontade de Liberdade no Homem face ao imprevisto.
Simplificando, são os momentos de excepção, do imprevisto, medo e “magia” (sic) que levam ao governo eleito, na figura do seu soberano, a tornar-se líder e exercer esse poder de tirania voluntária que os seus súbditos exigiram. A sua perpetuação reside, depois, numa mistura de crueldade, deslealdade e injustiça hierárquica.
Conforme afirma La Boétie, há três espécies de tiranos: o primeiro acede ao poder por meio do voto, o segundo pelas armas e o terceiro pela sucessão.

Trio Trump’esco

Vivendo o actual momento de excepção – em Democracia – os futuros tiranos foram ainda agora eleitos.
Brasil e Estados Unidos da América parecem o perfeito exemplo.
Portugal e o seu 25 de Abril a ser comemorado sem excepção segue-lhe o caminho.

Seremos sinceros e pensar numa consequente realidade:
A curva epidemiológica ainda não está descendente, o risco existe, seguimos em período de estado de emergência, o exemplo parte de cima.
O Papa Francisco rezou a Missa de Páscoa sozinho perante uma Praça de São Pedro vazia.
Em 68 anos de reinado, é a primeira vez que a Rainha Isabel II cancela as comemorações oficiais do seu aniversário.
Os Russos suspenderam a data mais importante do seu calendário, o 8 de Maio, celebrando o fim da segunda guerra mundial.

Mas ‘nós por cá’ não estamos a ser sinceros nem consequentes com a realidade.
Celebremos o 25 de Abril de 2020 sob o vírus da servidão voluntária, ciência contra o obscurantismo, direita vrs esquerda.
A Geringonça ainda exerce tirania e precisa de provas de vida. Senão como sobreviveria Costa, Ferro Rodrigues e Comp, ao seu jugo e jogo político?

Infelizmente ainda há vírus que matam mais que a pandemia actual, e o 1º de Maio está ai ao virar da esquina…

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