A minoria exótica soube que existia e, por reflexo sem reflexão, sentiu-se acossado pela análise que Maria de Fátima Bonifácio fez a uma rasa proposta que o Partido Socialista fez para mais uma introdução de quotas numa estagnada Sociedade onde nos regemos pelo unanimismo.
Explico:
Queremos unanimidade, estar de acordo com tudo e todos, e que a discórdia seja a concórdia em si. Somos a bem pensante Esquerda das causas Humanas, nunca essa Direita Facho-Capitalista que tem mais olhos que barriga. Simplistas e em concordância com a carneirada. Unânimes.
Só que não. E pior, nem uma suposta Social Democracia o soube interpretar e decidiu, à imagem do Director do Jornal Público – cujo editorial embaraça a Liberdade de Expressão numa Democracia Livre e Plural – lançou críticas persecutórias em busca política desse apaziguamento unanime para a todos agradar. A assessora do PSD na Câmara Municipal de Lisboa juntou-se aos “Valores Morais dos Brancos” de Daniel Oliveira no Expresso para nada disto compreender.
O problema é a forma simplista como se debate o tema. Nem a Maria de Fátima Bonifácio falta razão, nem Marta Mucznik acerta por completo. (Daniel Oliveira perde de novo a sua identidade)
Ambas jogam sempre no seguro de colocar o dedo na ferida cultural mas nunca ir directas ao ponto fulcral: discriminação.
Fala-se em discriminação positiva, negativa, meritocracia.
Tretas. Há apenas uma Sociedade deseducada com preconceito enraizado. Discriminação e cunhas em excesso. Amiguismo e Jobs for the Boys (and Girls – paridade, por favor).
Portugal segue o Império que há muito deixou de ser. E a queixa crime que o SOS Racismo diz apresentar contra a autora do texto em questão apenas prova essa teoria.
O politicamente correcto inseriu-se de tal forma enraizado nas poluídas mentes da defesa das minorias face ao que deveria ser a inclusão no todo, que o que fazem é segregar as minorias a um reduto de preconceito cada vez maior.
Quatro anos de Geringonça racionalizaram o viés étnico-racial que nos habita. Se não de uma forma, de outra. Os versos. Ou se é de Esquerda, ou se é de Direita. In extremix, o excesso de se ser PAN. É o dito – inexistente – planeta B.
Eu pessoalmente, mais caucasiano que sou, vi-me enredado no lodo histórico de voltar a ser “fascista” por herança familiar.
Vivemos o reality show de se apontar dedos por pensar e não ser carneiros.
A ostraca, como bem escreve Helena Matos, voltou.
E nisto perde-se o fio à meada. A eterna questão de quotas. O paradigma absurdo de balizar uma possível meritocracia pelo perfil étnico de cada um é em si mesmo um demérito para uma Sociedade que se diz Democrática. Em vez de olharmos e compreendermos o cariz cultural de comunidades que, sendo Portuguesas se sentem expatriadas ou de origem heimatloss, buscamos uma integração forçosa – maioritariamente suportada pelos cofres Estatais – para uma questão cuja solução é demasiado simples:
Reciprocidade.
“Mesquitas em Lisboa? Igrejas em Riade!”
Casamentos entre menores? Fere a Constituição, não é cultura, é crime.
Escolaridade obrigatória completa.
Civismo em troca de Respeito. Sem quotas, sem preconceitos acessórios. Só educação.
Haja esperança.