Esta “crise” merece que se seja politiqueiro:
Mas afinal Portugal é um país à Esquerda ou Direita, Direitos ou Obrigações? 25 de Abril Sempre! ou a inveja Camoniana em fim de Ode?
Não foi o PS com o seu braço braço armado que prometeu no OE2018 devolver o tempo integral aos Professores?
(porquê só a eles?)
Não foi o mesmo PS que se desdisse sobre esse facto para negociar um corte feito no tempo de Sócrates?
E não foi o PS da Geringonça que esperava contar com uma Direita sua amiga desse Portugal da inveja encapotada na máquina sindical do 25 de Abril para limitar algo que o seu apoio governamental iria exibir como espantalho de uma vitória proposta mas não lograda?
Este é o país do 25 de Abril, não do 25 de Novembro, e isso ficou patente nesta pré-votação. Ou a Assembleia, nomeadamente o Governo, esqueceu-se do preâmbulo à Constituição da República, presente desde 1976?
“A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno.”
Ou seja, não foi esta “crise” efeito desse “caminho para uma sociedade socialista”?
A opinião publicada iludiu a opinião pública na certeza desse desígnio nacional. Mas nem todos seguiram esse fado.
José Manuel Fernandes e Maria João Avillez perceberam a patranha por estarem ausentes quando a crise decorria. Rui Ramos foi lúcido sobre a mesma.
Pessoalmente estranho a ambivalência de critérios.
Não percebo como aceitar o que antes o próprio Partido Socialista – e a Geringonça – propôs (acrescentando-lhe inclusive caveats) – e é disso que se trata, nada mais – faz do PSD e CDS partidos irresponsáveis.
Não faz. Apenas os torna justos em meio de justiceiros onde a mentira se perpétua.
Os cofres não estão cheios e a página da austeridade não foi virada. Ou só um ‘poucochinho’ nesse eterno caminho ao Socialismo.
Que se reescreva o preâmbulo de ‘76 e termine esta caminhada a lugar nenhum.
Socialismo é querer tudo a toda a hora, por todos e de igual forma.
Não dá.
E nisso António Costa percebeu quando salvou a pele na sua autoproclamada vitória; uniu-se ao ingovernável para esvaziar com quem sempre fez sentido criar pontes.
Tentou adestrar um país à igualdade do querer, no sofrimento do não poder. Equilíbrio entre a vontade da Esquerda com a negação da Direita.
Nesta crise saiu-lhe o tiro pela culatra e ameaçou sair pela porta do bandido. Pior, ainda se disse o Governo eleito, como se mandatado fosse.
No final já se sabe quem lhe sobrou como apêndice natural, pela mesquinhez política e igualdade maliciosa: o Bloco ficará com este PS no futuro.
Os outros estão na deriva dos votos eleitorais. Resta saber que rumo tomam os Portugueses.