Chega! Digo chega. Chega de escrever sobre política portuguesa.
Das minudências perdulárias de um país cujo Primeiro Ministro tudo faz para no cargo subsistir.
De um país onde a verdade se entrega ao alternativo dos factos que sustentam a mentira do dia-a-dia.
Desta última legislatura onde o eleitoralismo barato se torna sanha em senhas para os lobbies partidários.
“Anda tudo doido!”
Prefiro manter o silêncio sobre a escolha do senhor Galamba para a pasta da Energia, pois o nepotismo despótico do Dr. Costa atinge aí um dos seus pináculos de memória Socrática.
Prefiro centrar-me, em remate final, no rasteiro em que tudo se torna quando a mera insinuação passada, assente no detalhe da mentira, serve para edificar o que se determina pela democracia parlamentar.
Fernando Negrão deixou-se enredar nas manhas conspurcadas do Dr. Costa. Lembrando-lhe esse passado Moderno, o Primeiro Ministro revela, não só na verrina oral como maldizer escrito, como a separação público-privada é de somenos quando o ataque directo serve para desqualificar um oponente.
Costa usa e abusa do chavão ‘não confundir a estrada da Beira com à beira da estrada’, mas quem faz dos ataques de carácter objetivo político de desqualificação pessoal é o próprio. Basta lembrar como tratou o PSD aquando da criação da geringonça e a forma como se dirigia a Pedro Passos Coelho.
Só que hoje Passos não mais está presente e o ataque vil e rasteiro persiste a quem não lhe serve e beija a mão.
O Orçamento pra 2019 é disso um sinal, com novidades saídas da cave – desse que deixaria as pernas dos banqueiros a tremer – como se laivos de sombras de Platão tivessem visto, para entrarem na contradição diária do comum cidadão e terem que se ver revistas em breve.
A beira da estrada bem podia ser na Beira, tal qual memória Salazarenta de um país cujos apaniguados das Finanças tudo fazem para desqualificar o passado de recuperação que herdam para dizer ser deles a culpa daquilo que geraram.
Mas factos são factos, e sem serem a mentira alternativa dos mesmos, algo há que parabenizar no Dr. Costa; as suas vacas voam.
Esquece-se ele que, tal como quando cospe para o ar, a poia da vaca voadora cedo ou tarde lhe acertará.
… Mas não chega. Quando a (des)qualificação política cria um partido denominado Chega! – ponto de exclamação incluído – , nessa pauta acrílica que responde tão directamente à mediocridade que a vazão criada pelo que acima descrevo, não é tempo para deixar as farpas nacionais de lado. Há é que aprender a combater quem contra nós grita #fakenews como se de ‘lapalissadas’ se tratasse.