A expectativa é algo que nos deixa sequiosos pela pronta resposta, e se não pelo avanço informativo que contemple o desenlace final de qualquer situação.
Veja-se Trump, o instante decisivo no qual o mundo das ocidentais democracias faz jocosa prática de desdém. A sua semana é a expectativa cuja previsão acerta ao lado do reality show que nos tornámos.

Mais que um suponhamos numa Casa Branca em que a fuga é a informação recorrente, disse-se que o Presidente iria indigitar uma Mulher para o cargo de Juiz da Suprema Corte. Os factos não se fizeram alternativos e a surpresa apanhou a todos quando o hiper conservador Juiz Brett Kavanaugh foi escolhido.
A expectativa agora vive nessa memória passada da sua assessoria a Keneth Star e ao pedido de Impeachment de Bill Clinton e se o que em privado condena no caso Roe vs. Wade pode transparecer para reverter a legalidade do aborto ou protecção de um Presidente sob investigação?

Sem expectativa, porque a inamovibilidade de um cargo por escolha política é algo que não se coaduna com a legitimidade Democrática, teve-se agora a interpretação a breve trecho do “Good behaviour” presente no artigo 3.º da Constituição Norte Americana.

Mas Trump segue o instante e mantém-se decisivo. A sua reunião com a NATO serve para o ‘ardil of the deal’, insultando a “Alemanha captiva da Rússia” quando o mesmo se deslumbra com a oligarquia de Putin.
O seu objectivo é puramente comercial de viés bélico. Que todos os membros paguem – e bem – os seus 2% de PIB em defesa, mas façam-no comprando armamento Made in the USA. O tiro sairá parcialmente pela culatra já que o Ocidente não é mais o American Dream. Na encruzilhada o espelho da verdade deveria olhar para Erdogan na Turquia, mas a Feira das Vaidades levará o magnata do Bronx ao Reino (des)Unido. Lá o Império de saída mostrará que ainda é o Império reinante.

Trump_Putin

Vamos ao factos antes da expectativa.
Em 1978 o Líder Comunista da Romania, Nicolae Ceaucescu, foi recebido pela Rainha Isabel II e o seu marido seguindo todo o protocolo como Chefe de Estado. Mais, em 1994 o Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, teve as mesmas cortesias.
Agora em 2018 é diferente.
Trump será recebido numa mera visita de trabalho, em Windsor pela Rainha e em Chequers Court por Theresa May.
Se dois ditadores passam o crivo histórico, Trump reprova a prova em lancinante humilhação.

Mas a humilhação final é o instante que decide tudo.

Trump gabou-se que entre a reunião da NATO, o ‘turmoil’ britânico e a reunião com Putin em Helsínquia, “Putin may be the easiest of them all!”, nessa narrativa especulativa que espera resposta pronta pela antecipação.
O facto é que a facilidade de Trump se prende com o inédito e caricato que tudo toma. Não só a reunião ocorre à porta fechada como a mesma terá apenas intérpretes e nada de gravações, num tête-a-tête íntimo entre a caça e o caçador.

Lembre-se que em Maio de 2017 o conteúdo e moldes da reunião que teve com o Ministro dos Negócios Estrangeiros Russo e o então Embaixador Russo nos EUA, Sergey Lavrov e Sergey Kislyak, na Sala Oval foram semelhantes, surgindo o que ali ocorreu pela imprensa Russa.
Nesse instante se soube que o Presidente Norte Americano se havia gabado sobre informação privilegiada relativa a contra-espionagem, colocando informantes, parceiros e estratégias políticas e militares em risco.

Que sucederá agora?
Na certa o desejado New Start para Putin, mas o instante decisivo de Trump (e porventura nós): conluio comprovado.

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