Anda uma maioria cibernética horrorizada com o fedorento gato José Diogo Quintela por causa do seu ‘Fútil Epitáfio’ “Oncolamúrias”.
Verdade seja dita, não se trata de uma mera piada de salão que o povo gosta. E denote-se que escrevo ‘povo’ e não cidadãos, nessa catarse metafórica da populaça em modo carneirada cuja percepção passa por aquilo que lhe alimentam em forma de ração e não aquilo que conseguem depreender por terem algum tipo de estudo ou mesmo, e só, ensino básico.
Evidente que os corredores de horror que Zé Diogo faz paralelos de futilidade, agredindo toda e qualquer capacidade transigente em compreender que Portugal ao não viver mais que uma espúria guerra partidária, são os do Parlamento já que não há, de forma alguma, comparação que se faça desculpar nesse fútil desplante das correntes de ar que pioram cancros picuinhas e uma guerra química que mata indiscriminadamente em pano de guerra Sírio.
É o texto bom, sério, capaz de algum ponto de vista?
Pelo simples facto de ter desviado a atenção da generalidade das pessoas do tema em questão para o centrar na figura de um humorista, sim. Que se crucifique Zé Diogo Quintela.
Pelo conteúdo, da forma como se comparam realidades absortas e disso se faz uma piada sem graça, não.
Voltemos ao que interessa.
Sejamos honestos e faça-se apontar o dedo a quem deve. O humorista que escreve um dúbio texto em tom cínico-jocoso não é o responsável pelo que se passa no Serviço Pediátrico de Oncologia do Hospital de São João no Porto. A responsabilidade recai sobre quem nos governa, culpando quem antes governou, fazendo do que foram anos de austeridade forçada por imposição; cativações para mentir em contas públicas que, ao mostrarem um melhor défice, apenas aumentam uma dívida externa a níveis insustentáveis.
Muito se tem apontado o dedo a Centeno, o novo boy toy no Eurogrupo, mas olhe-se para dentro e busquem-se responsáveis em quem, podendo fazer algo, usa uma piada de salão para fazer de um corredor de horror chantagem de pré-campanha.