Quando Sun Tzu escreveu o seu tratado militar, sūn zĭ bīng fǎ – literalmente “Estratégia Militar de Sun Tzu” – durante o século IV a.C., seguramente antevia que o magnata Norte Americano do Bronx Nova Iorquino, Donald J. Trump, um dia faria uso expressivo do mesmo para alicerçar a sua meteórica carreira política para ascender ao cargo de Presidente dos Estados Unidos da América.
Apenas a leitura atenta da Arte da Guerra explica como Trump logrou tal feito e ainda assim ser eleito para tal cargo.

A obra, composta por 13 capítulos, versa muitas forças motrizes que Trump utilizou de forma recorrente na sua campanha.
O seu planejamento inicial foi inóspito, preparando o terreno para uma estratégia ofensiva sem par. Como afirma o I Ching: “Chegando a um impasse, muda; depois de mudar, podes prosseguir.” E foi isso que o candidato da pós-verdade fez sempre que se viu face a um ataque.
Sun Tzu declara que o segredo para a vitória são a adaptabilidade e a inescrutabilidade. “A condição interior do informe é inescrutável, enquanto que a daqueles que adotaram uma forma específica é claramente manifesta. O inescrutável vence, o manifesto perde.” A oposição bem se manifestou-se e, bem vistas as coisas, perdeu.
Trump uniu os seus e fez dessa energia a sua fraqueza e força simultânea. “Bons guerreiros atraem o inimigo a si; não são eles que atacam o inimigo.” Atroz em público, simpático e cortês em privado. As manobras encaixam nas variáveis que são, em grande medida, as nove variáveis de Sun Tzu.

“O preceito das operações militares é não supor que o inimigo não avance, mas dispor de meios para lidar com ele; não confiar que o adversário não ataque, mas esperar em ter o que não pode ser atacado.”

E é aqui que a ofensiva empregando os ataques de fogo da equipa de Trump começam a dar o flanco.
A sua utilização de agentes secretos é uma quebra contratual na medida da grandeza da real dimensão que Trump se crê ter versus àquela que na verdade tem.
A última das nove variáveis acaba por trair o Presidente eleito de forma estarrecedora, como se comprovou na sua forma de lidar com aquela a que designou de “imprensa falsa”: “Ao aguardar à beira de uma situação, antes que o tempo adequado para entrar em ação chegue, mantém-te alerta e evita ceder ao impulso — assim fazendo, não errarás.”

Trump cedeu à pressão de um relatório (podem lê-lo aqui) que meios de comunicação ou citaram – caso da CNN -, ou amplamente publicaram – caso da BuzzFeed – sem que fosse definitivamente comprovada a sua integral veracidade.
O Golden Shower da suposição transform-se num errado ataque que vai em contra qualquer estratégica básica de ataque contra qualquer inimigo.

Golden Shower.jpg

Esta ideia peregrina de matar o mensageiro, nessa noção de quem faz a inter’media’ção das fontes com o seu receptor ser desnecessária, é perigosa e gera justo aquilo a que se assistiu: um líder assoberbado de um poder inexistente que tanto o coloca num pedestal de comando para aniquilar, como para ser ele o próximo a ser aniquilado.

A vida de trump, a presente mas sobretudo a passada, será mais que escrutinada, passada sob uma lupa de ódio e horror, onde o menor detalhe será ampliado a uma exaustão tão grande que o affair de Clinton parecerá uma piada infantil de um mundo passado onde até Trump disse que era ardil político para destituírem um Presidente capaz.
Para bem de todos Trump não o é.

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