A crónica de hoje é na verdade uma batota.
É-o porque na verdade já foi escrita por mim para outro efeito. Escrevi-a para o meu último editorial na Le Cool Lisboa a 14 de Julho de 2016.
Mal sabia que ter escrito sobre heróis declarados, proclamados pela história de um Portugal expansionista e conquistador, me iria servir para fazer uma parabola sobre a tentação de uma realidade tão mundana como a actual de nos revermos em futebolistas.

Vou pegar no texto, sempre identificado entre aspas e itálico, introduzindo a nova trama sobre o novo eleito para o cargo supremo das Nações Unidas e dar-lhe essa farpa quotidiana que por aqui dou.

guterres

“O ano de 1894 já vai longe, mas no dia 2 de Março, no extinto Campo Inglês no Porto, disputava-se aquela que foi a primeira partida do que viria a ser o Futebol profissional Português.
Jogava Lisboa contra Porto num dia que até o Rei foi à bola.
A presença de D. Carlos I causou espanto popular pelo atraso com que chegou para assistir ao jogo, tendo os jogadores parado a meio do segundo tempo para que a Família Real fosse ovacionada por quem os assistia chegar.
Especula-se se essa não foi a razão pela qual Lisboa ganhou a taça oferecida pelo Monarca!”

Verdade seja dita, entre Monarquias que se impõem por Repúblicas regicidas, conquistas de Liberdade que se substituem por força ideológica, há sempre aquele Primeiro Ministro que abandona o seu posto por falta de capacidade política.

“Mais longe vai o ano de 1143 quando D. Afonso Henriques, espada na mão, se torna no Conquistador e declara o condado em Reino e faz de Portugal o seu domínio e País.
Depois da Conquista a Expansão. O campo fez-se ondulado, e tal como Camões escreveu, “da ocidental praia Lusitana, / Por mares nunca de antes navegados, / Passaram ainda além da Taprobana”. A selecção das Quinas lançou-se, e na esfera armilar se posicionando, pela mão do Infante D. Henrique navegando.”

E navegar sempre foi a melhor escolha quando o tumulto do erro se impôs ao calculo falhado.
Se uma divorciada se ressentia de um lado, a outra recém ajuntada fazia as glórias desse que agora era o nosso Embaixador para as causas Humanitárias.
Parte no encontro de um Mundo que outrora fora descoberto pela lusa pátria e agora em cacos se encontra.

“João Gonçalves Zarco descobre e povoa a Ilha da Madeira em 1419. Gonçalo Velho Cabral é recrutado para povoar o Arquipélago Açoriano em 1431. 
Gil Eanes aventura-se e dobra o Cabo Bojador em 1434. Diogo Cão explora a a Costa Sudeste Africana em 1482 e em 1488 Bartolomeu Dias faz do Cabo das Tormentas uma Boa Esperança Portuguesa. Uma década depois Vasco da Gama descobre o Caminho Marítimo para a Índia e 1500 começa com o Achamento do Brasil por Pedro Álvares Cabral.”

Dobradas as tormentas, esperanças achadas e de nova divorciada no seu braço para pundonor daquela que antes traída ficara, o conquistador a braços se vê com a iminência de um ataque vindo de Leste. Mas a finta da fita é a alegria da causa Portuguesa.
(13 a zero, nove fora)

“E como nem tudo o que é Nacional por terras Lusitanas fica (e a exportação é a política Nacional), tal como um Cristiano Ronaldo actual, entre 1519 e 1522 Fernão de Magalhães faz a primeira viagem de circum navegação ao serviço da Coroa Espanhola.
Os tempos mudam mas a Conquista soma e segue. A selecção agora é outra, mas os Heróis são os mesmos, ainda que com outros nomes!”

Joguem futebol, rejam políticas estrangeiras, vejam-se misturados nos lobbies internacionais mais cotados por corrupção ou sirvam de bode expiatório do engodo cromático político, seja Português lá fora a vitória é garantida sem critica.
Somam-se conquistas, taças e troféus, seguem as Monarquias depredadas, Repúblicas achincalhadas, Democracias sufocadas.

A selecção é de facto outra, os heróis são os mesmos, achando que encontraram algo que nunca perderam.

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