O velo da intelectualidade é algo que não abrange, de forma inerente, aqueles que partem do sumulo princípio de agressão contra aquilo que deles é diferente apenas por marcar a diferença.
Se ao seres diferente de mim te restrinjo a tua liberdade inerente, apenas estou a criar as condições para que cries em ti o ódio fundamentado para aquele preconceito infundado que em ti contruí.
Simples assim.
O velo da intelectualidade não abunda, de facto nauseabunda e torna-se atroz.
De um momento para o outro, em consequência moral dos actos imorais que assassinos a soldo de uma Fé pervertida em nome de algo convertido em nada mais que um ódio irracional, vêem-se as mulheres árabes, utilizadoras do burquíni, como fáceis alvos de descriminação veraneante nas praias francesas de Cannes.
A Liberdade de escolha individual, como um dos maiores pilares da construção Europeia, transcendendo até a União que hoje se vê envolta numa complexa teia política, económica e social, sempre foi o elo maior que nos ligou naquilo que se designa de Globalização.
Tentar delimitar a Liberdade de alguns em detrimento de um preconceito irracional, nada mais é que o rumo certo para que a Globalização que desde cedo fez a Europa ser um dos mais afamados centros intelectuais do Mundo, se esfume em burocracia utilitária auto-destrutiva.
O burquíni, ou na sua analogia etimológica, a burca biquíni – em termos correctos seria um jilbab de bain – trata-se do traje de banho que as mulheres Muçulmanas conservadoras utilizam para se banhar em público, seja em piscinas ou no mar.
Semelhante a uma roupa de mergulho é realizada em tecidos próprios para o contacto com a água, tendo um capuz para cobrir o cabelo, mantendo o rosto descoberto.
Se por um lado mantém a pele protegida do sol, ter um tecido próprio para a água ajuda a manter a humidade necessária em dias de maior calor.
Em última análise, caso a reserva de pudor visual nos atinja as boas morais e costumes, sempre é um corpo a menos que está ali como provocação, seja por excesso ou defeito.
Falando a sério, e indo ao encontro da exclusão que se tem vindo a sentir num imposição demagógica e perigosa no seio de uma Europa em balanço moral de sucessivos ataques de terror, não será de todo o banir a utilização do burquíni que mudará qualquer efeito prático na segurança das pessoas.
Compreendo o medo inerente face à diferença, sei-o, à minha escala, de experiência própria.
A exclusão nunca funciona.
Por outro lado, na contingência desse terceiro pilar Europeu que nunca chegou a estar posto em prática, há uma necessidade de reforçar a inteligência de segurança interna, saber quem entre nós habita, e nisso, visualizar os seus rostos sem xadores Iranianos ou Sauditas, ou as burcas Afegãs. A solução não passa por banir a sua utilização, basta ser inteligente na regulamentação prática que legisla o condicionamento globalizante entre o confronto de Liberdades e tudo se acertará com o nexo possível.
A minha Liberdade termina onde a tua começa. Se eu te deixo usar burquíni nas minhas praias, também tu deixarás que eu use biquíni nas tuas.
Simples assim.
Querem vir praticar a vossa Fé para um Continente maioritariamente Cristão? Que nos deixem pregar a nossa Fé no vosso também.
Destapar o velo da intelectualidade não se faz pela imposição. Assim também não com a Liberdade.
Por vezes basta apenas destapar o cabelo delas e tapar o deles.
#meninhijab