Este é um texto sobre sanções. Mais ainda, sobre os sonsos que preferem o jogo do passa culpas político a assumirem que sobre eles recai a responsabilidade em corrigirem um passado reflexo dos seus erros passados e que insistem a ele regressar.
Para quem não leu, é um espelho tático da opinião que o fantoche de Francisco Louçã, Mariana Mortágua escreveu, no dia 5 de Julho passado, sobre os hipotéticos apologistas das sanções a virem ser aplicadas a Portugal e Espanha.
Segundo a própria, num trocadilho entre Sensacionalistas e Sanções, aquele que delas é apologista é um Sancionalista. Como se pode imaginar, se no jogo da política, onde a bravura da defesa ideológica permite criticar amplamente o Governo Angolano pelo tratamento dado a 17 activistas mas fazer a apologia pública de um líder como Nicolas Maduro e o paraíso Democrático que é a Venezuela actual, a opinião manietada de Mariana Mortágua vale o que vale.
Ela é tão sonsa como a crença fajuta que a ideologia que a suporta.
O seu extremismo não representa nenhum valor de aporte ou suporte que mereça ter uma continuidade maior que o choque necessário a abrir os olhos para serem levantadas questões – licitamente – pertinentes.
Vamos ao que interessa.
“Os sonsonalistas usam roupas subversivas e acham que por isso representam o descontentamento popular. Quando um governante alemão é citado erradamente pela imprensa para atiçar os especuladores contra Portugal, o sonsonalista aproveita-se. Quando um eurocrata faz sérios avisos sobre o rumo seguido pela maioria parlamentar portuguesa aumentando a problemática Europeia em torno da crise bancária do Deutsche Bank, o sonsonalista ignora as suas preocupações e diz, como Mário Centeno: (…) “continua a não ser preciso um plano B. Ou seja, o governo recusa avançar com mais medidas para aplacar as exigências de Bruxelas.” Quando um responsável eleito pelo povo mas derrubado pela maioria parlamentar se insurge contra as recomendações de Bruxelas em opções da democracia portuguesa, o sonsonalista franze as sobrancelhas e, como António Costa, acuse a oposição de “tentação da mesquinhez partidária” contra os nossos protetores em Berlim.
Os sonsonalistas adoram as palavras “compromisso” e “acção”. Quando um organismo informal cuja legislação de selecção e escolha aplicáveis existe no Tratado de Lisboa, o Eurogrupo, analisa dados oficiais e pretende indicar alterações de orientação económica de um Governo legítimo, o sonsonalista explica que “Portugal não precisa de um plano b”. Quando um banqueiro do centro da Europa, depois de salvar mais um grande banco europeu, explica que “regras são regras” e “todos temos de cumprir os nossos compromissos”, o sonsonalista sorri e parece esquecer a razão da Troika: o Banco Central Europeu, a Comissão europeia e o Fundo Monetário Internacional; se terem instalado em território Nacional depois do pedido formal em Abril de 2011.
Os sonsonalistas atiram as culpas para os outros. Querem que as sanções da Comissão Europeia às contas portuguesas entre 2013 e 2015 se baseiam só e apenas nos anos da governação anterior como se a responsabilidade pela ingerência Nacional nos anos da Troika fosse omissa deles. Para sacudir a água do capote, usam o discurso extremista da sua base aleada para denegrir Tratados e compromissos assinados com a União Europeia.
Os sonsonalistas falam sempre em nome do interesse nacional. Só não percebem, ou fingem não perceber, que interesse nacional é um país poder escolher o seu Governo e as suas políticas, sem golpes de secretaria em defesa de projectos políticos contra a maioria popular. Aceitar a ideologia da base aleada, participar dela, não é patriotismo, é extremismo. Assim são os nossos sonsonalistas. Mas sempre, é claro, vestindo o estereotipo subversivo, como se esse fosse representativo da República Portuguesa.”
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Nota:
Texto explicitamente copiado e adaptado do original de Mariana Mortágua.
Não se pretende mais que fazer uma paródia política, reservando os direitos autoriais do original.