“Finalmente, constatamos que, apesar do construtivo envolvimento do Governo português em dada fase da conciliação do processo, foi agora tomada uma medida historicamente sem precedentes e declaradamente parcial com a aprovação do decreto-lei – identificado como “o diploma do BPI” – que favorece, uma das partes, no momento em que estas se encontravam em pleno processo negocial.”
A descoberta de um desconhecido Caravaggio, encontrado no sótão secreto de um chalet no sudoeste Francês de Toulouse, deixou o mundo da Arte abismado.
A versão bíblica de Judite e Holofrenes é um tema que o mestre italiano já havia pintado em 1599 e que aqui surge numa outra postura, mais drástica pela sua composição de imitação e ausência de pudor ou sentimento com que Judite, ao segurar a espada que decepa a cabeça do general Assírio, se mostra olhando quem observa a tela.
Eric Turquin, o especialista que apresentou a obra, demonstrou as características que definiam esta como sendo o par perdido por mais de um século daquele que hoje se encontra na Galeria Nacional de Arte Antiga em Roma. Falou do gesto da mão, de como o mesmo havia sido redesenhado na tela, da imprecisão corrigida que a pintura havia tido como prova da mesma não ser uma fraude.
Se na Bíblia a vingança de Judite se consagra pela própria, no mundo da Arte é o próprio Turquin quem abre o precedente ao assumir que o garante de autenticidade, apesar das suas justificações, não são certos. Dias antes a sua versão foi amplamente contestada e feita prova pelas diferenças claras na obra de Caravaggio.
Turquin não foi parcial, o quadro era uma fraude.
Foi a vida a imitar a Arte ou a Arte que se deixou imitar?
Esta questão serve para ilustrar o que a mesma temática Bíblica narra sobre o envolvimento do Governo Português no negócio BPI/CaixaBank.
Disto isto, face ao preâmbulo introdutório, entre aspas, retirado desse comunicado que abalou a República da Nação em vias de Espanholização bancária, que se dizer de uma Judite Angolana que se defende, legitimamente, de um General Costista, intrometido na gestão de assuntos de foro privado?
O decreto-lei não foi parcial, o Governo é uma fraude.