Molhas o pão no prato vazio
e apagas a televisão
Abres a janela e olhas para fora,
a cidade espera-te em algum lugar.
Sais à rua e chegas ao muro
onde acabam todos
onde começa o mar.

Contas os passos
regressando a casa
e vês de novo a televisão.
Adormeces
quando começa o hino
e vais para a cama,
e vais sonhar.

Lua, algo que sucede
sinto que acontece
a solidão de me deixarem só,
assim tão só como a noite.
Lua

Molhas a cara como em qualquer dia
e sais sem te barbear.
Compras o jornal e notas que o mundo
mudou a expressão
para o bem e mal.

Segues o teu caminho
e vais ao muro
onde acabam todos
onde começa o mar.

Lua, algo que sucede
sinto que acontece
a solidão de me deixarem só,
assim tão só como a noite.

Molhas o pão no prato vazio
e apagas a televisão
Sais à rua e chegas ao muro
onde sempre há alguém
onde começa o mar.

bruxellas.jpg

Bruxelas amanheceu como outra qualquer cidade ocidental.
Como o símbolo Europeu do poder instituído.
Como o significado e significando desse confronto de Eras que insistem colidir e não compreender o espectro maior disto tudo.

O possível improvável ocorreu.

O politicamente correcto sucumbiu face ao adverso que é o provável aleatório.
O terror vence, mas nunca o medo. As extremas unem-se, mas nunca para reinar face à inteligência em gerir a guerra que se cria.
Façam-se muros. Muros onde acabam todos, onde começa o mar.

Tradução e adaptação da música Muro (1998) de Miguel Bosé, escrita sobre o embargo a Cuba, sintomática nestes dias que o mesmo vai a rumo de se levantar, onde, numa Europa em crise, parece se impor nesses muros que se irão erguer.

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