“Quem tem 2000 euros de rendimento tem uma posição privilegiada”
Ontem apropriei-me de uma citação do neo-novo Ministro das Finanças Mário Centeno para determinar a fasquia de riqueza que a Geringonça Socialista define como sendo a classe média apetecível de ser taxada. Logo a vil crítica de que a minha cegueira ideológica – ausência de honestidade intelectual mesmo – estavam expressas por esta minha forma despudorada de usar trechos sem enquadramento ou mesmo sem mencionar a grandiloquência Humanista de quem os faz.

De facto a minha tendência tendenciosa é justo aquilo que melhor descreve a observação dos factos que por hábito faço.

Mas como como o óbice da questão se centra na campanha difamatória que se tem feito lama em torno do Orçamento do Estado, essa pérola reluzente da teoria das vacas Socialistas combinada com o leite sonegado e redistribuído pela Comuna vaca do proletariado, aqui deixo a transcrição completa dessa interessante resposta de Centeno aquando questionado sobre: (Mas) como classificaria alguém que tem um rendimento bruto de 2000 euros por mês?

Lá está, uma pessoa que tem um rendimento bruto de 2000 euros por mês está numa posição da distribuição de quem paga impostos em Portugal, altamente privilegiada. Se isto faz dessa pessoa uma pessoa rica ou não… no contexto europeu garanto-lhe que não faz. No contexto português, ela de facto está numa posição cimeira da distribuição de rendimentos. Justifica-se por isso que essa pessoa seja penalizada, do ponto de vista fiscal, pelo menos do ponto de vista relativo? Com muitos limites, porque senão deslaçamos também aquilo que é a coesão social. Este Orçamento tem de ser visto no contexto de uma política que foi estabelecida para quatro anos. É verdade que neste ano a eliminação da sobretaxa tem um carácter progressivo e beneficia mais as pessoas de mais baixos rendimentos, mas a política fiscal que está subjacente ao Orçamento, no ano que vem, e no de 2017, que começará a ser preparado muito rapidamente, terá este outro sentido de alívio destas pessoas que estão na parte mais de cima da distribuição de rendimentos. Chamar-lhes ricas, acho que é exagero de forma.

De facto ao ser ler apenas a citação ou mesmo esta resposta fica-se sem a plena noção do despreparo político que o Ministro tem.
É que Centeno esquece-se que apesar dos rendimentos em Portugal roçarem o absurdo do limiar mais baixo dentro da União Europeia, a carga fiscal portuguesa é das mais elevadas.

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Neste instante o coro de vozes da Esquerda dirá: Mentira! Estamos em 18º lugar dentro da Europa dos 28, estamos até razoavelmente bem colocados…
Pois lá está, quando a média salarial Portuguesa é de 911,50 €, ter uma absorção média em torno de 44,42% do rendimento bruto por parte do fisco é desumano.

Lá está, bem pode o cidadão Centeno dizer as suas frases pseudo prosaicas e Humanas de que os próximos quatro anos assentam nessa devolução gradual e ponderada que, face ao descalabro cometido desde já – ainda para mais com um Secretário de Estado como Rocha Andrade a mostrar a vontade taxativa em taxar da Geringonça proto Comunista -, a verdade dos factos desmente tudo o que se possa dizer sobre reverter, repor e revogar.

O deslaçamento da coesão Social apenas ocorre porque Portugal vive de favorecer a máquina Estatal dos Direitos Públicos e dificultar a vida dos Privados.
Nunca ninguém me explicou porque têm mais direitos os trabalhadores do que quem arrisca para ser seu patrono? O risco é sempre muito maior, sobretudo frente à tragadora máquina fiscal, para um patrão do que para um trabalhador.
A ladainha Sindical dos coitadinhos desfavorecidos – a lembrar um certo ranço ideológico como se vivêssemos num livro de Charles Dickens – apenas desvaloriza os trabalhadores. Pior, torna-os em simples empregados.

Mas voltando às citações, porque parece que estamos num verdadeiro beco sem saída financeiro, na minha crónica de ontem citei – indevidamente; Pedro Passos Coelho quando mesmo (não) disse:
“Não sejam piegas, emigrem!”

Lá está, há mentiras que passam a verdade, quando outras verdades tentam ser esquecidas por ser verdadeiras de mais.
Cul de sac, tendencioso e intelectualmente honesto.

A honestidade intelectual de cada um cabe à sua consciência.
Não defendo cegamente princípios sem ponderação pessoal nem me entrego a ideologias sem fazer um exercício ponderado sobre os valores que, a mim, me parecem mais correctos.
Evidente que o factor ‘tendencioso’, ou uma certa tendência, serão sempre presentes, pois de referências todos nos edificamos.
Tento, sobretudo apresentar argumentos – os meus argumentos – que não são falácias. Por tal os meus textos acabam por ser complexos e cheios de referências, links e notas de “roda-pé”.

O meu cul-de-sac – esse beco sem saída – de que falo, é justo isto, poder argumentar com factos, e esperar ser desmentido, corrigido para ter o estímulo da justificação concreta. Não é contraproducente, pelo contrário, edifica e faz-me melhor.

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