Quão terríveis são as maldições que o Mahometismo coloca sobre os seus seguidores! Além do frenesim fanático, que é tão perigoso num homem como a raiva num cão, existe a apatia fatalista do medo.
Os efeitos são evidentes em diversos países, os hábitos imprevidentes, sistemas desleixados na agricultura, métodos lentos no comércio e insegurança da propriedade existem sempre e onde os seguidores do Profeta vivam ou exerçam lei. O sensualismo degradado priva esta vida da sua graça e requinte e a próxima da sua dignidade e santidade.
O facto de que, pela lei Mahometista, cada Mulher pertence a um Homem como sua propriedade absoluta, seja em criança, como mulher ou concubina, atrasa a extinção final da escravatura até a fé no Islão deixar de ser uma grande potência entre os Homens.
Os Muçulmanos como indivíduos podem mostrar qualidades esplêndidas, mas a influência da religião paralisa o desenvolvimento social de quem a segue.
Nenhuma força retrógrada mais forte existe no Mundo.
Longe de ser moribundo, o Islamismo é uma fé militante e proselitista. Já se espalhou por toda a África Central, criando guerreiros destemidos a cada passo; e se não fosse pelo Cristianismo estar abrigada nos braços fortes da ciência – ciência contra a qual em vão se bateu -, a moderna civilização Europeia pode cair, como antes caiu a civilização da Roma antiga.
O trecho pertence ao livro The River War, um relato histórico da reconquista do Sudão, onde Churchill descreve a Guerra Mahdista, um confronto colonial Anglo-Sudanês no final do século XIX.
Independente da utilização politizada que se possa e faça do relato, distorcendo o conteúdo do mesmo, do próprio livro, há algo que não se alterou nestes últimos 117 anos: nós não aprendemos nada. O que ali se escreve, descreve e diz foi tão válido então como o é agora. E isso é que é a questão que se coloca.
O Islão, o DAESH, o extremismo dessa silenciosa revolução de costumes que a Europa deixa agregar com a sua política correcção, terminará como já antes o terminaram diversos Impérios. É só mera questão de tempo.
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The River War, 1ª edição, Vol II, páginas 248-250 Londres
tradução e adaptação: Francisco Moura Pinheiro
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