A contenda terá resolução hoje.
Ou o que está solucionado não precisa de ter solução.
A Grécia é um problema insuflado por causa, sobretudo, desta dicotomia artificialmente criada, de que a Europa é de Direita, e que a emergente força em contra a austeridade é de Esquerda.
Se justificativas houvessem, numa breve passagem histórica – direi histriónica; poderei dizer que a queda do Comunismo pela vitoriosa Europa, com o derrubar do Muro em Berlim, fez da Alemanha a força de reboque para os iluminados iluministas pensarem que a insurgência bate com um coração politicamente à Direita.
Nem tanto de biológico, nem tanto de irracional.
A verdade é absoluta: a Europa é uma Dama velha, idosa e conservadora.
Gosta das coisas a seu jeito, e que lhe dêem um jeitão.
Daí que, perante o compromisso feito, o empréstimo prestado, duas questões fundamentais se colocam:
Afinal quem não cumpriu o prometido na Grécia?
E já agora, porque é a Grécia tão importante na zona Euro?
Vamos por partes:
Sair ainda não saíram, ainda que a vontade assumida, ainda que falsamente negada, do ‘novo’ Governo Grego sempre tenha sido esse: ‘Não à austeridade, Sim às promessas eleitoralistas’. Nesse sentido a sua possível saída da Europa, do Euro e União, seria a vitória da Esquerda que desde sempre foi contra esta união, segundo ‘eles’, forçada.
Dito isto, se saírem, ainda que o incumprimento imediato os leve a uma queda complexa do sistema Central Económico Europeu – e a um abanão na economia alavancada na banca Alemã; a Grécia será esperta o suficiente para se coligar com o Norte invasor e dar a mão a Putin, ao Império Soviético, e fazer cumprir a promessa que séculos de História não conseguiram: a chegada da Rússia ao Mediterrâneo.
Isso e a venda de tomates, pepinos, iogurte, e claro, morangos, com o selo do Syriza e o sorriso de Alexis Tsipras.
E por isso, já respondendo à segunda questão, a Grécia é fundamental nesta jogada de xadrez da Europa. O território Grego faz o tamponamento entre o Oriente, o Ocidente e o Leste.
Se por um lado faz a reserva final de uma Europa Mediterrânea, controla a entrada de extremistas Islâmicos, dos sobreviventes da Síria, e claro, desse desejo Soviético em chegar às águas temperadas do Mar que banha toda a Europa do Sul.
É que a nossa Europa, dos que se diz trabalharem menos, ficarem mais bronzeados, é também aquela que faz costa com o Continente Africano, quebra com o Asiático, lugar de entrada dos foragidos das guerras e problemas que, mesmo nós vivendo nesta elite Democrática, afligem e precisam soluções Humanas de quem não sabe o que é salário, pensão ou desemprego.
Syriza? Qual Syriza?
A saída é já ali.
…
A solução será sabida, supõe-se, ao longo do dia de hoje, ainda que, por lógica, seria imprudente uma saída literal da Grécia, quer do Euro, quer da Europa.
E o desmentido de Putin de que a, quasi, falida Rússia iria ajudar num resgate Grego também prefiguraram um alívio bélico contra possíveis ligações entre o dissidente à força.
No final, em previsão conservadora, será tudo postergado numa infinitude final, daquelas em que temos um ‘e viveram felizes para sempre’, em que os bons são mesmo bons, e os maus são vilões encartados que prometem e não cumprem.