Conceptualmente podemos reduzir a existência Humana ao que ela é: perpetuação da sobrevivência Humana da espécie.
Existimos e por tal queremos continuara  existir.

É animal, é territorialista, é Humano.

Mas quando lhe aplicamos o conceito explicito de uma continuidade alicerçada nesta capacidade de relegar a memória, o saber adquirido que se passa de uma geração à seguinte, podemos começar a compreender uma linha espacio-temporal que nos une, inequivocamente, uns aos outros.
Se na hipótese de se pensar que existem diferentes Raças é querer cair numa clara falácia de pensamento, dizer que existem vários Mundos, é querer fazer Fé na expressão Portuguesa de termos ‘Dado Novos Mundos ao Mundo’.
Literatura é literatura, e a Raça, a ser várias, é uma, a Humana.

Neste aspecto, e quem sabe porque nos conectamos por via uterina a uma Mãe, graças a um cordão umbilical, temos sempre a tendência de nos olharmos por dentro. Ou nesse exercício egoístico, adjectivado, de se ser.
Ser já todos somos: Ser Humano.
Falta, quem sabe, à grande maioria, olhar para um exterior, externo à realidade mundana que o cerca.

Gosto de pensar no paralelo prático de que um habitante comum do Planeta Terra, na actualidade, recebe mais informação num dia, do que um habitante, seu semelhante, no século XV, durante toda a sua vida.
Vivemos, portanto, mergulhados numa perpétua e infinita imersão informativa, estimulados em excesso, sem saber discernir um trigo mastigável, de um joio que nos dão pré-cozinhado.
Nisto entra um interessante conceito Alemão sobre o pensamento: Gestalt

Significa literalmente ‘Forma Total’ em Germânico, e refere-se a um processo de dar forma, de configurar “o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar”.
De sabermos ver um Mundo além daquele em que nos configuramos espacialmente. Saber, neste Mundo das telecomunicações digitalizadas e do acrílico dos ecrãs de televisão, computador e tablets, escolher o que nos corresponde e aquilo que queremos ter como correspondência.

Evidente que não será isso que faz o Mundo mudar.
Esse muda quer se queira quer não.
Só as consequências ambientais, não por interferência directa do Homem, são muito mais catastróficas do que qualquer Guerra ou confronto gerado pelo ser Humano.

E assim, como se vive através da realidade televisiva, podemos aplicar conceitos ficcionados para mostrar como esta gestalt anda desvirtuada do seu real sentido de orientação.

Menu Mc Maguffin.jpg

Para qualquer cinéfilo de bolso, das sessões noir de Hitchcock, sabe bem o que maguffin significa. Não é mais do que uma forma de desviar a atenção do público do problema real que se passa no centro da acção.
É um efeito propositado que faz a trama ganhar uma dimensão inexplicável quando a mesma se desenrola perante os atónitos olhos de quem se deixou distrair.

É um pouco aquilo que se passa na ininterrupta História da humanidade e a sua relação umbilical.
Descendemos uns dos outros, desprezando o passado e querendo construir o futuro sem essa Gestalt. Ainda assim, recorrendo sempre a um maguffin aleatório para distrair quem vive em busca de um amplo sentido da ordem natural deste caos.

Será que existe?
Não sei, acho que a maioria prefere um Menu Mc Maguffin.

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