Por vezes cansa-me a incansável luta de quem vive para lutar incansavelmente pelos seus direitos dentro de um Democrático Mundo como o nosso, o Ocidental, esta ‘bolha’ chamada Europa, este reduto de intelectuais e grandes pensadores, este Nobre Portugal.
Cansa-me ver pessoas que não compreendem a fragilidade da sua vã e fútil argumentação de direitos adquiridos, numa Liberdade alicerçada em golpe de Estado e não em Revolução, invocar os Princípios Franceses, como se as decapitações de Monarquia fossem o equivalente ao exílio praticado.
Grita uma geração ‘25 de Abril Sempre‘ quando o vinte cinco de Abril é apenas o dia num calendário. Diz-se de uma PIDE a violência imposta como fosse de uma GESTAPO tratasse, ou se uma censura rasurada num respeito moral, fosse pior do que aquilo que hoje se tem: excesso de tudo, falta de nada. Ou pelo menos no que ao respeito diz respeito.
Mata-se no Charlie Hebdo pela represália do Direito à Liberdade de Expressão, quando na verdade se defende o livre direito à Liberdade de Imprensa.
Al Shabaab matou quase tantos quanto Andreas Lubitz num ‘acidente’ de avião.
A insurgência feminista faz-me cócegas, nesta igualdade que se quer masculina, sem perceber que o papel de Mãe cabe apenas a quem, biologicamente, o pode ser.
Gritem em histerismo que o útero que o defende é vosso.
O inverso masculino também é exagerado, quando não risível, dependendo da justificação.
Já a posição da minoria que quer fazer parte de um todo e ainda assim se comportar explicitamente de forma diferente, é uma inversão de valor da espécie que não perpetua mais que a incongruência.
E protestar abertamente por isso, com dia no calendário, parada e banda sonoro ‘familiar’ é assumir que na igualdade não existe, deveras, diferença.
Espiolhamos ao invés de inspirar. E nesse olhar delatório, que mais parece vivermos numa ditadura em que os dados de ninguém por todos são vistos, não fazemos uma franca análise à nossa consciência. Cobramos aquilo que achamos ser-nos devidos.
Em alternativa preferimos ser dicotómicos.
Ou se é certo ou errado. Bom ou mau. Esquerda ou Direita. Branco ou negro.
Nunca há espaço para o construir de uma ideia que não esbarre com a lembrança da palavra dita num passado.
Esse está lá sempre como memória do incorrigível erro do que se fez.
Deontologia e ética são palavras num dicionário. Quem as consulta?
De repente, nesta ‘bolha’ de alta protecção, neste Mundo Ocidental, tornamos-nos praticantes de um crime. O politicamente correcto.
Relegamos a nossa condição de livres pensadores ao que outro alguém possa poder um dia pensar por nós.
Isso a mim cansa-me. Mas só por vezes.
18 anos é a idade adulta. Já posso votar e escolher.
Deve ser por rebentar, sempre que posso, a minha própria ‘bolha’.
Não a de protecção Europeia, nem a da condição em que vivo. Antes aquela que me obriga a elaborar um raciocínio rápido, ponderado e eficaz.
Aquele que, quem me lê, conversa comigo e dialoga, sabe ser genuíno.
Desse nunca me canso.
Rebentem a ‘bolha’ também.
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