Socialmente ‘non’
Por Terra Brasilis, ontem foi um dia que marcou a oposição entre um Governo e um Povo. A vontade de quem escolheu contra quem foi delegado a mandar.
Um posicionamento entre a ideologia e o ideal.
A ideia descartada da forma, a forma depurada, e o seu conceito limpo de estigmas Sociais.
A base do Povo, palavra ampla, está na sua Sociedade, esse aglomerado que nos ordena. E a apropriação máxima, na analogia política do Estado Social que mais faz, até na visão do Conservador que sou, pelo Povo, o Socialista.
Se por um lado, no Brasil, o partido político no arco da Governação é o dos Trabalhadores, de índole ‘vermelha’, por cá, em Portugal, aquele que ambiciona subir (ou qualquer outro da oposição) ao posto máximo, é também de Esquerda.
São, portanto, de base Socialista.
Que quero dizer com isto? Bem, que a ideologia (como odeio esta palavra) provem, originalmente do jornalista francês François-Noël Babeuf, cujas ideias vêem do Estadista Romano Graco (séc. I), em que defende o retorno da constituição, uma Conspiração dos Iguais, revolta que lhe valeu a guilhotina em 1796.
Apesar de nesse tempo a palavra Socialismo não existir, a mesma é cunhada depois por Claude Henri Saint-Simon, em 1825, assim como o conceito de Comunismo. A filosofia subjacente só é, posteriormente em 1848, elaborada pelos estudos originais de Karl Marx e Friedrich Engels, os principais filósofos do movimento. Eles afirmavam que o Socialismo seria alcançado a partir de uma reforma Social, com luta de classes e a revolução do proletariado (dos trabalhadores), pois no sistema Socialista não deveria haver classes Sociais nem propriedade privada.
Esta base, interessante como teoria, direi, abstracta, serviu para fundamentos, quiçá, teológicos fundamentalistas, como o Comunismo em países como a União Soviética, Cuba, China e Alemanha Oriental.
Penso que todos são exemplos florescentes de como os ideais Socialistas funcionaram na perfeição e nada falhou.
Evidente que, na boa defesa semântica, tão em voga na actualidade, se poderá dizer que estes países revelaram-se sistemas Comunistas constituído por regimes autoritários e extremamente violentos, nada a ver com os país fundadores da cartilha ideológica do Socialismo.
A questão que o Socialismo tem, sofre, padece, um mal inalienável, é ser uma maracutaia populista, um ardil de voto, sendo essa cartilha orientada para a filosofia de Esquerda, mas querendo o capital endinheirado da Direita.
É querer dar com uma mão e tirar com a outra.
Colocando-me no meu papel de ‘elite branca’, pois não tive escolha do berço onde nasci, recomendo a leitura do livro ‘Utopia‘ de Thomas More, onde, nessa acepção do que é o Socialismo, se demonstra que a mesma é uma utopia: algo que não existe ou não pode ser alcançado.
Socialismo é socialmente ‘non’.
Direitos Constitucionais e matéria fecal
Ontem foi um dia complicado no Brasil.
A Democracia esteve (está) numa autêntica prova de fogo.
O Povo que elegeu – ou quem sabe, aquele que escolheu a outra opção; saiu à rua para pedir a Demissão da Presidente Dilma Rousseff.
Por trás deste feito está o Estado calamitoso em que se encontra, não só a política falhada do Partido dos Trabalhadores, a alta inflação Brasileira, mas o crescente problema de corrupção que se instalou na maior petrolífera da América Latina, a Petrobras.
O Governo tem feito tudo possível para apurar a escala e dimensão da corrupção, tentando afastar de si um cálice de onde bebem. E bebeu muito, como a operação Lava Jato, que começou a investigar, apurou.
Agora há uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Já à uma lista de indiciados, e os políticos envolvidos são de todos os quadrantes e cores, mas sobretudo do arco de Governação.
Algo está podre no Reino de Dilma, parafraseando Shakespeare.
Ontem, os Cidadãos Livres do Brasil, no seu Direito, assegurado pela Constituição Brasileira, saíram à Rua a se Manifestar para pedir que a sua Presidente, democraticamente eleita por eles, se demita do cargo que ocupa.
É um Direito, uma vontade.
O ex-Presidente Luis Inácio da Silva Lula, ao se ver no meio do que apelidou de Golpe, convocou o ‘seu’ exercito do Movimento Sem Terra, mas ao que parece a dimensão do mesmo não fez frente perante um Povo indignado.
Os Militares responderam que o cargo de um Presidente, mesmo fora de funções, não é ser ‘arruaceiro’ e incitar à violência.
Certamente a ideia Pacifica de Passeata que surgiu pelas Redes Sociais, apelando à não violência, não foi cumprida na integra, pois os cidadãos Brasileiros têm o Direito de se sentir indignados perante uma proposta política que lhes foi vendida e terminou sendo fraude. Se sentem defraudados, e com a sua, verídica, razão.
Os milhares, a se somarem, chegando a milhões, de indignados, nas Ruas das principais Capitais de Estado Brasileiras, são o símbolo do Poder derrotado.
De um ideal com o qual não se deve gozar, fazer pouco, ou como num comentário da oposição PTista perante a fotografia em anexo, ‘isto é o que dá fazer merda e não saber limpar’.
Descontextualizo o comentário para lhe dar um novo significado, pois com ele concordo. Se o Governo do PT se vê chafurdando na sua própria matéria fecal, como o próprio Cidadão, Livre e no seu Direito, Brasileiro, protesta para dizer, que a limpe, a bem de Todos.
Sobretudo do Brasil.
…
Nota:
Não concordo com a fotografia ilustrativa, sobretudo porque invoca a morte sem causa ou razão, mas demonstra, de forma gráfica, o descontentamento de ‘alguns’ perante os Presidentes Democraticamente eleitos do PT.
2 Comments