É divertida, para não usar outra forma clássica portuguesa insultuosa, a forma como se tem falado na relação entre Portugal e Grécia, quando na verdade, a grande maioria, quer popular (entenda-se o cidadão comum) quer política, desconhece sobre a mesma.

Invocar o miserabilismo compartilhado da austeridade, entre Países iguais, quando na verdade não o são, é ardil político populista para angariação fraudada de votos.
Mas afinal quais são, segundo a Embaixada Grega em Portugal, as relações económicas entre a Grécia e Portugal, as suas relações comerciais bilaterais?
Vejamos:

“O valor total do comércio bilateral entre a Grécia e Portugal em 2013 atingiu o montante de 313.300.000 €, enquanto que o saldo da balança comercial bilateral foi deficitário para a Grécia nos últimos anos. Em 2013, o volume de comércio bilateral de bens diminuiu 4,8% em relação a 2012, ano em que havia registrado um aumento de 18%. Isto é devido à redução de 10,5% (atingindo o montante de 193 milhões de euros) das importações gregas de Portugal. Durante o mesmo período, as exportações gregas para Portugal recuperou, com aumento de 6,2% (atingindo o montante de 121 milhões de euros), o que representa um aumento acima da média no total das importações portuguesas de países da UE (+ 1,46%). A recuperação das exportações gregas, combinado com a diminuição das importações de Portugal, levou à redução do déficit comercial grego em 2013 em 30%, para 72 milhões de euros.

As exportações de produtos gregos para Portugal incluem: peixe fresco (pargo e robalo-26%), plásticos (17%), alumínio (10%), tabaco (6%) e cobre (4%). As importações gregas de Portugal mostram maior variação (excluindo o sector dos combustíveis) e consistem principalmente de: combustíveis fósseis (40%), produtos químicos (10%), máquinas de equipamentos (9%), plásticos (8%), papel e papelão ( 7%), alimentos e bebidas (5%), têxtil (5%), metais básicos (3%), etc. (dados de 2012).”

Já agora, quais os investimentos?

“Actividade empresarial grega em Portugal é limitada. Há um pequeno número de empresários gregos que operam predominantemente no setor de serviços, em especial no comércio e em empresas do sector alimentar. Além disso, o Grupo Privado Grego FIBRAN trabalha em conjunto, numa ‘joint venture’ com uma empresa de produção de poliestireno extrudido Portuguesa numa fábrica de produção na cidade de Ovar no centro de Portugal.

O maior investimento Português na Grécia tem sido, no passado, do grupo bancário Millenium BCP, até que este decidiu retirar as suas operações no início de 2013 e vender o Millenium Bank of Greece ao Grupo Banking Piraeus. Actualmente, as empresas portuguesas Sonae, a Martifer, Petrotec SA e PLM desenvolvem as suas actividades nos sectores da construção, serviços e energia. Além disso, as empresas portuguesas Onebiz, Peter Murray e Salsa dispõem de agências sob a forma de franchising.”

É verdade que os dados disponíveis estão cronologicamente desfasados, mas não tenho acesso a outros, mais actualizados, que venham de fonte fidedigna, ou seja, Grega.
Não quis usar dados oficiais Portugueses, dados esses que possam sofrer alterações propositadas que beneficiem a Pátria Lusitana.

Ainda assim, aos curiosos, para obter mais informações sobre as relações económicas e comerciais bilaterais entre a Grécia e Portugal, bem como sobre a economia Portuguesa, em geral, pode visitar o Instituto de Departamento de Assuntos Económicos e Comercial no portal AGORA, ainda que todo o historial de arquivos se encontre em Grego.

Pergunto-me, afinal como funciona este jogo da reciprocidade? lembrando as palavras do General Francês, Charles de Gaulle:

“Les Etats n’ont pas d’amis. Ils n’ont que des intérêts.”

‘Os Estados não têm amigos. Eles têm interesses.”, verdade a ser aplicada tanto internamente, como externamente. Sirva-se de lição para os Gregos, o Euro Grupo, e claro, a pífia classe política Nacional Portuguesa.