Há um mal que abunda nas mentes desses errantes, filósofos do certo, esse promíscuo que nos embala como lírica bem pensante e ardilosa do que deve ser feito ao invés daquilo em que devemos actuar.

15 de Abril de 1912:
o Titanic afunda no Atlântico Norte.
27 de Fevereiro de 1933:
o Reichtag em Berlim é incendiado.
11 de Setembro de 2001:
as Twin Towers em Nova Iorque são derrubadas por dois aviões.

Vivemos o momento do ‘nowness’, do actualismo, desse constante amargo que se busca delico-doce e agradável como permita de uma memória que não é nossa.

28 de Junho de 1914:
o Arquiduque Francisco Fernando é assassinado em Sarajevo, Bósnia e Herzegovina.
2 de Agosto de 1934:
Hitler torna-se Führer da Alemanha.
20 de Março de 2003:
a Segunda Guerra do Golfo tem início.

Escrevo da nostalgia nauseabunda que procuramos como o legado deixado pelos que antes de nós vieram e que nós não soubemos – sabemos – interpretar e seguimos, permanecemos, impávidos a tentar alcançar como reflexo desse espelho no qual não nos conseguimos enxergar.

28 de Junho 1914:
Inicio da 1.ª Guerra Mundial.
1 de Setembro de 1939:
Início da 2.ª Guerra Mundial.
29 de Junho de 2014:
Auto-proclamação do Estado Islâmico.

Cansa a reverberação do ‘no tempo da velha Senhora é que era bom’, como se no cancioneiro fatalista desse fado vivesse a solução para o além do que daqui advém.
A exponencial espiral do crescimento torna-se concêntrica e parece se ir cruzando em revivalismos sem que nenhuma descoberta construtiva se advenha relevante.

8 de Novembro de 2016:
Donald J. Trump é eleito Presidente dos Estados Unidos da América.
3 de Janeiro de 2020:
o General iraniano Soleimani é assassinado.
…

A última década estagnou-se no mesmismo causuistico de repetir os erros passados sem deles tirar lição. Só liça.
E em terliça vamos, enredados sobre a importância da ganância, inveja e oportunismo. Cegos, surdos e mudos. Num tacto que nos aproxima amargo paladar.
Neste mundo que só em guerra vai perceber – nunca aprender – a importância da Paz.