Ao acompanhar a noite eleitoral apenas me lembrava da jornada de Brad e Janet no musical The Rocky Horror Picture Show.

Resumindo um enredo descabido, envolto numa trama sem sentido do ridícula que é, basta dizer que envolve um cientista travesti, Dr. Frank-N-Furter, que se predispôs a criar Rocky, um homem loiro e musculoso para satisfazer os seus anseios sexuais, quando recebe o apaixonado casal perdido numa noite de chuva para os iniciar naquele que é o encontro anual dos Transilvanianos.

O musical, adaptado ao cinema com Tim Curry interpretando o papel de cientista, faz uma gozação com aquilo a que Hollywood chama os filmes série B. Basicamente torna risível – com musicas memoráveis – o que é sofrível e se produz para ser descartável.
Dito isto, mais parece que os protagonistas, na sua cândida inocência, são o Povo Norte Americano face a um processo eleitoral onde uma campanha bem orquestrada de um mundo em crise identitária procede a criar um novo Rocky, feito verdadeiro ‘Picture Show’.

Trump Picture Show.jpg

Isto é o facto que a tentação do que em seguida escrevo, no enlace do resultado, faz parecer que este mundo do mínimo denominador comum merece que o novo Rocky do farol Democrático vigente seja o loiro que Fran-N-Furter criou, esse Trump irracional que corresponde à resposta dos medos primários e infantis que temos, fruto dessa analogia cavernosa que Platão um dia descreveu.

Se por um lado parece que há uma Brexitização conclusiva sobre o que se passou, passa a ser claro que o olhar sobre a escolha democrática mudou radicalmente.

O poder da imprensa é desde logo questionado na veracidade da sua mensagem, a viralização da mentira feito jogo de uma verdade instantânea e o convencionalismo substituído pela geração Millennial, rebelde com razão.

Por outro lado a separação de poderes, transparência e carácter do individuo passam a ser características mais presentes num voto que se deve fazer obrigatório.

O político deixa de o ser e metamorfoseia-se em mero funcionário público, granjeando forças de carisma onde a promessa não ultrapassa a dívida do exigido.

Quer dizer, isto se Trump Presidente não se deixar provocar por um tweet a meio da noite, conclusão óbvia que agora deve estar a pesar em todos aqueles que nele votaram e pensam como será a América Trumpista? Misses, bifes e vã esperança de falências a troco de evasão fiscal…

Se 2008 foi o início do fim, hoje começou um verdadeiro ‘Time Warp’!

It’s just a jump to the left.
And then a step to the ‘extreme’ right.

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