“La libertad de Otegi es una buena noticia para los demócratas. Nadie debería ir a la cárcel por sus ideas”
Pablo Iglésias | 1 Março 2016

Pablo Iglésias é uma fraude.
Não é uma especulação ou uma interrogação, é uma afirmação. Falta-lhe um ponto de exclamação, mas não preciso de o exclamar para concretizar esse facto que a própria história confirma.

Se o seu percurso pessoal sempre foi alvo de criticas, sobretudo pela ideologia política de Esquerda que defende, tudo fica categoricamente mais claro agora que elogia a libertação de Arnaldo Otegi, reconhecido terrorista da ETA, defendendo que ninguém deve ir para a prisão por defender as suas ideias.
Não só a defesa é retorcida como espúria, uma vez que todo o processo foi público, a condenação foi transitada em julgado, como o arguido teve todas as chances de se defender.
Tal como a fraude de Iglésias constata, se ele vinca a ideia democracia no seu tweet, o terrorista saberá melhor que ninguém a inconstitucionalidade dos seus actos e o preço a pagar por eles.

Mas todas as histórias têm um outro lado. Se objectivamos os vilões, há que ver o lado de quem é à sua vez vítima. Se Arnaldo Otegi merece que Pablo o glorifique, a Espanha que se viu atacada pela ETA responde a Iglésias e aos seus ignóbeis ideais políticos.
Santiago Abascal, filho e neto político da histórica Alianza Popular Espanhola, dirigente do partido Vox, crescido em meio das ameaças da ETA, dirigiu uma carta aberta ao amigo da esquerda terrorista, desmontando uma vida de ideias e ideais que se sustenta nesse caos que hoje se vive.

O texto, traduzido do original em castelhano, é agreste e acutilante. Reverbera essa realidade de quem viveu uma verdade de medo e retaliação que hoje se popularizou na condição do terrorismo de massas. Não só isso, saber que não se pode entregar à condicionante do medo e permitir que a mentira se perpetue como facto concreto.
É um KO sobre a vida de Pablo.

A pergunta que fica, nesse tom de luta com que a carta termina, é se teremos nós a capacidade para lutar contra o mal instalado?

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Carta aberta de Santiago Abascal a Pablo Iglésias

Pablo, não te tratarei com um “estimado”, principalmente porque eu gosto de dizer, sempre, a verdade. O que se passou é que no outro dia demonstraste, de novo e uma vez mais, a tua miséria moral ao elogiares um terrorista. Disseste que “sem pessoas como Otegi não haveria paz”. Não li as tuas declarações. Leu-me as o meu pai. Ele telefonou-me especificamente. Poupo-te a literalidade da conversa porque foi ainda mais virulenta do que as palavras que te escrevo agora.

Mas certo sabes que enquanto tu vomitavas essa porcaria, o homem que me chamou não teria a muitos metros de si os guardas que o vigiam há mais de vinte anos graças às balas dos amigos de Otegi. Enquanto tu passavas a tua infância em Soria a ler Verne e Salgari,eu estava em terra Basca – e espanhola – a ver como matavam aos amigos do meu pai, como Jesús Velasco ou Félix Galindez, ou como Estanis Galindez, carteiro da minha aldeia, assassinado, como toda a gente, pelas costas. Marca dos teus admirados, corajosos e perspicazes amigos.

Enquanto a tua adolescência despertava com sonhos húmidos, não sei com qual atriz espanhola – algo que disseste recentemente -, a minha acordava com as cartas que a ETA escrevia ao meu avô anunciando-lhe a sua precoce morte: “Procuramo-lo até o executar”, rezavam as missivas dos teus perspicazes amigos. Enquanto tu te reunias com o inimigo numa “Taberna del Pueblo” e louvavas a “perspicácia da ETA”, eu recebia os meus filhos na maternidade acompanhado de guarda-costas.

Enquanto tu te entretinhas na Universidade entre intimidações políticas e manifs, eu fui para a Universidade escoltado e via o meu nome num ponto de mira pintado a spray sobre os quadros de giz. Literalmente, Pablo. Enquanto tu desfrutavas dos teus estágios e da tua vida fácil, eu levava uma pistola no cinto para poder evitar levar um tiro na nuca, anúncio também literal nas paredes da minha aldeia.

Enquanto tu estimulavas o passatempo de sair a “caçar fascistas” ou a agredir um indigente, e até enquanto tu lias como se faz um coquetail molotov, eu começava a madrugada a apagar o fogo na loja de roupas do meu pai, arrasada pelo fogo dos coquetail molotov dos amigos dos teus amigos.

Enquanto tu te dedicavas a perseguir aqueles que na Universidade não pensavam como tu – agora lembro-me de Rosa Díez -, eu via passar o caixão de Gregorio Ordóñez entre vivas a Espanha, ou velava o cadaver de Jesús Mari Pedrosa, morto a tiros na porta da sua casa em Durango.

Enquanto eu honrava Manuel Indiano, assassinado a tiros na sua loja de doces em Zumarraga, tu embarcavas num voo para o teu paraíso venezuelano ou iraniano para aprender como nos lixar mais a vida.

O teu paraíso é o nosso inferno. Os teus amigos são os nossos inimigos. E os teus heróis, Pablo, são os nossos vilões. E tu, sinto dizê-lo e sinto pensá-lo – és tudo ao mesmo tempo, sem nuances, um vilão e o próprio inferno.

Por isso somos tantos os que te conhecemos, cada dia um pouco mais, e vemos a grande mentira que se esconde por trás de algumas das tuas verdades. E por isso somos tantos os que te combateremos, nas Universidades se necessário, nas urnas quando formos a votos, nos tribunais quando a ocasião exija. Na Tcheka se esse é o nosso destino na Espanha Soviética que queres construir. E em todos os lugares onde queira travar a tua pérfida batalha. Quando queiras e onde queiras. Porque se trata da nossa Pátria e da nossa Liberdade. E tu não acreditas em nenhuma das duas, como queres destruir ambas.

Aqui o tens, porque somos milhões os que pensamos que representas o pior. É uma lástima que os corruptos te deram esta oportunidades de enganar tanta gente honesta. Porque foi assim, Pablo, tu nada mais és que a consequência da corrupção de tantos dirigentes do PSOE e PP. Graças a Deus, a Espanha decente lutará contra ambos em simultâneo. Por uma Espanha mais unida, mais justa e mais livre. Lutaremos sempre.

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