A saída da Grécia do Euro, ou mesmo da Europa, é uma ideia protelada pelo extremismo.
É o irracionalismo demagógico a querer implementar a sua ideologia.
É fazer tabula rasa da pré-existência de todo um passado histórico, ou mesmo de uma herança, caindo na crispação, todavia, existente entre a agonizante Esquerda/Direita que se quer fazer crer ser a Europa.
Se já antes existiu, no tempo em que Salazar subiu ao poder, a república começava a exercer funções e a ameaça de leste era real, vê-se agora de forma prosaica alencada numa subversão digital de contraditório.
A União das Europas, pois a ser uma são várias, 28 para ser mais correcto, é um esforço de coesão, onde a Democracia das elites – pois o conceito democrático, a bem ou a mal, é uma elite em si mesmo; se faz pelo justo entendimento de que há políticas e jogos de política.
Se não existir um consenso de aproximação, a separação, de facto, é a única solução e a saída o objectivo traçado.
Perante esta ideia de que um Extremo Político, de Esquerda, se conseguiu, de forma muito expressiva e sonora, erguer contra uma real austeridade, apenas penso no real medo sentido, quando em 1918 os Bolcheviques – o recém nomeado Partido Comunista da União Soviética; se insurgiram contra a Conservadora Europa. O seu plano de índole Socialista continha a revolta armada como rebelião do Povo, e a invasão na sua lenta marcha sobre o território da agora União Europeia.
Quem sabe, numa jogada estratégica de pensamento, e com base num país pobre de finanças mas não de espírito, António de Oliveira Salazar, escolhido como Ministro das Finanças da Primeira República, depois de uma primeira nega, no retorno, ao fazer o milagre do ‘superavit’ com a gestão das ruinosas finanças, declarando: “Sei muito bem o que quero e para onde vou.”, ficando como o líder da neutra Pátria Lusa, acaba por proteger o território da vinda adversa dessa Revolução Soviética.
Mas Portugal não é a Europa, e a neutralidade ficou-se sobretudo pelos cofres Suíços que de tudo aceitaram. O Socialismo tornou-se coqueluche do capitalismo, e a não mudar, a Europa adaptou-se.
Claro que os ideais democráticos da actualidade estavam longe de se fazer prevalecer, e os Bolcheviques, docemente apelidada de Velha Guarda – conotação que cai já em Guerra Fria em 1952; acabam por desaparecer com a queda do Comunismo e do muro de Berlim.
Só que a vontade resguardada ficou e os ideais existem.
De nome menos conhecido, porque Bolchevique significa literalmente ‘a maioria’, havia também a minoria dentro das forças desaliadas a Lenine: os Mencheviques, ‘a minoria’ de Martov.
Os Mencheviques defendiam uma revolução moderada, permitindo primeiro a democracia e o pleno desenvolvimento do capitalismo para só depois implantar o socialismo.
Se olharmos um pouco para o que é este ideal ‘Syrizita’, parece que, em ignorância de causa, são uns Mencheviques em busca da oportunidade certa para darem o seu golpe de misericórdia no regresso de um comité central Extremista de Esquerda, aliando o respeito Democrático e Direito de escolha como suas forças aliadas.
A neutralidade agreste e adstringente de Bruxelas é tão abrangente quanto a dos restantes 26.
E Atenas isola-se na politiquice que tenta fazer prevalecer em detrimento do bom senso Humano.
Sorte ou azar. A Europa, a ser esta concordata de gente sábia, idosa por assim dizer, fica unida.
…
Não houve acordo. Não em si. Houve uma concordância em haver. Haverá. Ou há.
Esse sempre irá haver.
Muitas certezas para algo certo: a divida é, deveras, impagável.
A questão pertinente da forma desumana como se tem tratado Seres Humanos em detrimento do Valor do Capital é sintoma deste novo século.
Ou resposta àquilo que se proporcionou como entrega ao prazer do crédito.
Com este empurrar continuado, entre a mão que tapa os olhos, a outra a boca e uma terceira que vem ajudar a tornar-nos surdos, somos a perfeita ilusão dos cegos, surdos e mudos.
Vemos, Ouvimos e Falamos, mas perante a entrega deste negócio fechado, nada fazemos.