A União desavém-se no infortúnio que um desfecho em desenlace dará.
A Democracia da unidade é mais forte que a união do geral, e a diferença, da vã promessa alternativa na alternância, repercute o efeito sistémico que um tiro de partida entre desiguais anunciava ser uma chegada desigual à linha de meta.
Quando a Europa dos desiguais se uniu para uma política monetária Europeísta, com laivos ‘Ecu-nómicos’, parece que o drible de base fora, uma vez mais, esquecido da cartilha de execução no orçamento que faria disto algo congruente.
A política económica, per se, não funciona. Há que lhe dar uma sincopada junção fiscal, de real igualdade, num périplo Europeu de diversas culturas, meios e gentes que, ao serem intrinsecamente desiguais, são na sua génese biológica, iguais.
Economia, essa disciplina transformada em doutrina de profissão, não é complicada. A que funciona é aquela do merceeiro da esquina. Se tens cinco e deves 7, estás já num empréstimo de dois que de algum lado vieram, e a não existirem, significa que, tecnicamente, estás falido.
Economia básica e funcional. Aquela que se compreende.
Depois vieram os sabedores, sorvedouros, sumidouros, que lhes aplicaram uma giga-joga numérica de pautas abstraccionistas concretas que fazem da razão de juros a penalização indecifrável da culpa que se sente por nos retirarem algo que não deveríamos ter direito à partida.
E aqui entra o concreto plano da austeridade. Se a Germânica Alemanha, que em Monarquia se imiscuiu via sanguínea com todas as Reais casas Europeias, depois da queda das cabeças cortadas, produziu duas guerras pela criação da supremacia da raça pura.
Hoje controla a idolatria à moeda única e ao cartão de crédito que empresta com aqueles contratos que ninguém lê.
Felizmente todos os sistemas, quando sobrecarregados, tendem a falhar, e o sistema monetário, onde a regrada inflação encharcada leva, ad nauseum, a uma contra corrente deflacionária perigosa – vejamos o Japão; faz crer que esta Fé na superioridade Ariana dos Economistas Alemães é incorruptível.
Entra em acção o desastre Grego.
Os Gregos são Gregos. Ou não. Aquele pot-pourri de tudo o que a região para ali trouxe, entre dependências, independências e dividas de guerra a sanar, criaram uma ilusão de orgulho de que a eles tudo lhes é devido.
É uma mistura de latinidade com mediterrâneo, onde os oráculos determinavam o futuro coincidente com as vontades de quem lhes pagava mais.
Há mito, lenda, e Drachmas: δραχμή.
A moeda, que a ser a união da miscelânea local, era a representação da troca, unificou tudo.
Depois do Euro, desavindo, o drama da austeridade lançou ao mar Egeu a esperança da soberania.
A dívida feita, a custo dos empréstimos que lhes seriam devidos – nessa vontade de pertença à União, nunca serão pagos. Ou pelo menos não com morangos.
Haja ícones roubados pelos Nazis para serem devolvidos à Pátria Mãe Grega.
Tsipras, o ateu, agradece e Putin, o Ditador, lança a farpa, e uns mísseis S300 como promessa não confirmada.
Entretanto, diz-se nos corredores das tipografias de Atenas, que o Banco Central Helénico voltou a olear as impressoras e os velhos Drachmas amontoam-se para o estado de graça que a saída da moeda única fará.
Deixa-se em aberto o precedente. Fica a Grécia Unida no facto ou na ficção?
Ou seja, saindo do Euro, moeda, fica no Euro, união? Ou vamos passar a ter menos um Estado Membro, desbravando caminho para um drama de Drachmas?